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Finalização de curso, mil idéias na cabeça, e uma carteira de trabalho sem assinatura do primeiro contrato. O estudante que finalizou o período universitário se vê diante do dilema tão discutido atualmente que é a oportunidade de vivenciar as diversas teorias nos bancos escolares a partir do seu primeiro emprego, porém sem a experiência contraditoriamente exigida pelos postos de trabalho, agências de empregos e mercado excludente atual.
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Desde o governo FHC, a sociedade brasileira se inquieta com o escoamento de um contingente de jovens que saídos da universidade não consegue vagas para trabalhar. Independentemente de classe social, o que mais torna esse funil apertado são as exigências de capacitação que entra em choque com a cultura de cada região e a preparação que supostamente a universidade oferece aos estudantes concluintes. Primeira exigência: saber inglês. Atento-me à escola pública. Qual a escola pública que em seu currículo formal contempla o ensino qualitativo da língua inglesa, capacitando o estudante para ouvir, ler, escrever e falar outra língua que não seja a de origem? Nessa exigência, o ensino da própria língua portuguesa entra em debate e reflexões. Sempre vêm à tona questões do tipo; forma-se leitores? Estimulando, através da alfabetização, o aluno para gostar e se apaixonar pela leitura? O professor lê? O que? Na escola tem biblioteca? Os pais incentivam os filhos ao hábito da leitura? E as políticas culturais contemplam debates sobre a edição de livros de autores locais, sejam esses livros de ficção, romance, ou didático? E o livro didático utilizado na sala de aula? Vem de onde? Contempla qual visão de mundo? Qual contexto cultural? Pois bem. Diante dessas reflexões o estudante que não sabe inglês, possivelmente já fica no meio do funil diante de um pequeno percentual de contemplados pela sorte de sua classe social. Segunda exigência: cursos complementares ao universitário. Essa premissa é absurda. Terminamos o curso “superior” e corremos para o mercado de trabalho, raramente temos condições para seguir uma especialização, mestrado ou outro curso que robusteça nosso diploma. Existem os heróis que, mesmo trabalhando, aventuram-se em qualificações profissionais adicionais em horários noturnos, o que sacrifica a qualidade do empreendimento. Ou seja, quanto mais carimbo no diploma, mais condições de lutar por uma vaga no mercado de trabalho.
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O caso do aluno advindo de escola pública é um caso mais obtuso de pensar, pois concluir o ensino médio já é um ato heróico. Nesse universo do primeiro emprego, ainda temos que ponderar outros fatores de risco e que obviamente faz parte da “cadeia alimentar”. Trata-se de casos dos grupos de homossexuais, negros, ex-detentos, portadores de necessidades especiais etc... para esses casos existem, imaginem, até empresas que já contemplam em seu organograma, coordenações e diretorias para reservar vagas “especiais”, que no final das contas é uma forma de reviver a esquecida teoria de Louis Althuser, os aparelhos ideológicos do Estado. Justificativa social, eu diria.
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O emprego informal vem crescendo no Brasil e no mundo, apontando para uma certa incompetência dos governos para formalizar e criar programas ostensivos objetivando receber no mercado de trabalho o concluinte de um curso médio, profissionalizante ou superior. Um problema que aflige o governo Lula e reflete a angustia coletiva dos jovens, família e governantes que têm pela frente uma população que, ao contrario da Europa, é de jovens que pensam, refletem e sonham em se incluir na reforma social do Brasil. Mesmo sabendo que cada Estado no Brasil tem sua secretaria sobre o primeiro emprego e demais problemas de inclusão dos jovens no mercado de trabalho, ainda estamos diante de um grande desafio.
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Para finalizar essa provocação, acabo de ver na TV, uma passeata de jovens de BH que saíram nas ruas para pedir a renuncia do senador Renan. Bom sinal!
Finalização de curso, mil idéias na cabeça, e uma carteira de trabalho sem assinatura do primeiro contrato. O estudante que finalizou o período universitário se vê diante do dilema tão discutido atualmente que é a oportunidade de vivenciar as diversas teorias nos bancos escolares a partir do seu primeiro emprego, porém sem a experiência contraditoriamente exigida pelos postos de trabalho, agências de empregos e mercado excludente atual.
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Desde o governo FHC, a sociedade brasileira se inquieta com o escoamento de um contingente de jovens que saídos da universidade não consegue vagas para trabalhar. Independentemente de classe social, o que mais torna esse funil apertado são as exigências de capacitação que entra em choque com a cultura de cada região e a preparação que supostamente a universidade oferece aos estudantes concluintes. Primeira exigência: saber inglês. Atento-me à escola pública. Qual a escola pública que em seu currículo formal contempla o ensino qualitativo da língua inglesa, capacitando o estudante para ouvir, ler, escrever e falar outra língua que não seja a de origem? Nessa exigência, o ensino da própria língua portuguesa entra em debate e reflexões. Sempre vêm à tona questões do tipo; forma-se leitores? Estimulando, através da alfabetização, o aluno para gostar e se apaixonar pela leitura? O professor lê? O que? Na escola tem biblioteca? Os pais incentivam os filhos ao hábito da leitura? E as políticas culturais contemplam debates sobre a edição de livros de autores locais, sejam esses livros de ficção, romance, ou didático? E o livro didático utilizado na sala de aula? Vem de onde? Contempla qual visão de mundo? Qual contexto cultural? Pois bem. Diante dessas reflexões o estudante que não sabe inglês, possivelmente já fica no meio do funil diante de um pequeno percentual de contemplados pela sorte de sua classe social. Segunda exigência: cursos complementares ao universitário. Essa premissa é absurda. Terminamos o curso “superior” e corremos para o mercado de trabalho, raramente temos condições para seguir uma especialização, mestrado ou outro curso que robusteça nosso diploma. Existem os heróis que, mesmo trabalhando, aventuram-se em qualificações profissionais adicionais em horários noturnos, o que sacrifica a qualidade do empreendimento. Ou seja, quanto mais carimbo no diploma, mais condições de lutar por uma vaga no mercado de trabalho.
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O caso do aluno advindo de escola pública é um caso mais obtuso de pensar, pois concluir o ensino médio já é um ato heróico. Nesse universo do primeiro emprego, ainda temos que ponderar outros fatores de risco e que obviamente faz parte da “cadeia alimentar”. Trata-se de casos dos grupos de homossexuais, negros, ex-detentos, portadores de necessidades especiais etc... para esses casos existem, imaginem, até empresas que já contemplam em seu organograma, coordenações e diretorias para reservar vagas “especiais”, que no final das contas é uma forma de reviver a esquecida teoria de Louis Althuser, os aparelhos ideológicos do Estado. Justificativa social, eu diria.
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O emprego informal vem crescendo no Brasil e no mundo, apontando para uma certa incompetência dos governos para formalizar e criar programas ostensivos objetivando receber no mercado de trabalho o concluinte de um curso médio, profissionalizante ou superior. Um problema que aflige o governo Lula e reflete a angustia coletiva dos jovens, família e governantes que têm pela frente uma população que, ao contrario da Europa, é de jovens que pensam, refletem e sonham em se incluir na reforma social do Brasil. Mesmo sabendo que cada Estado no Brasil tem sua secretaria sobre o primeiro emprego e demais problemas de inclusão dos jovens no mercado de trabalho, ainda estamos diante de um grande desafio.
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Para finalizar essa provocação, acabo de ver na TV, uma passeata de jovens de BH que saíram nas ruas para pedir a renuncia do senador Renan. Bom sinal!